Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, referiu ontem:
Deve apostar-se nas energias alternativas porque são:
a) endógenas
b) indígenas
c) selvagens
d) cowboys
Primeiro disse que Israel deveria ser apagado do mapa. Assim, com as letras todas, de uma forma que até os muitos inimigos de Israel não se atreviam a dizer. Depois, organizou um concurso de cartoons sobre o Holocausto (a pretexto da publicação de cartoons sobre Maomé num jornal dinamarquês). Em Dezembro passado, foi a vez de promover um “congresso” internacional sobre (a inexistência) do Holocausto – defendiam então que há diferentes “perspectivas de pensamento” que negam o Holocausto e que devem ser ouvidas. Tudo, portanto, uma questão de “perspectiva”. E quem esteve por lá a falar do Holocausto? Os do costume: a extrema-direita, onde nazis e membros do klu klux klan americano se destacavam, e alguma extrema-esquerda. Curioso aqui a extrema-esquerda que, com seu anti-americanismo tão em moda, se junta a quem está contra os americanos e, por tabela, contra os seus aliados. Aqui, é Israel o elo mais fraco. (Pensemos no grande libertador Chavez e na sua visita recente ao Irão). Como oradores e participantes, algumas distintas e curiosas personalidades: entre o líder do kkk e amigos, um palhaço da extrema-direita portuguesa e Nuno Rogeiro (que entretanto, já em Teerão, desistiu de ir palestrar ao “congresso”, onde já tinha discurso e tudo; disse depois que descobriu que aquilo afinal não passava de uma farsa, de uma reunião de negacionistas. Por mais que leia isto não consigo entender tamanha ingenuidade - uma estória muito mal contada).
Na altura do “congresso”, o alienado repetiu novamente a necessidade de limpar Israel do mapa. E foi aplaudido, pois claro (os aplausos ouviram-se fora do “congresso” também). As vozes contra este discurso têm sido tímidas, principalmente na Europa (excepção feita à Alemanha). Escrevi, na altura, à embaixada iraniana em Portugal, para lhes dizer que nem todo a gente bate palmas à demência do seu presidente.
Entretanto, este país está a desenvolver energia atómica. Dizem que é para fins energéticos (isto num dos maiores produtores de petróleo do mundo). A Agência Internacional de Energia Atómica já, por várias vezes, denunciou que o Irão não pára nem aceita o acompanhamento do processo. E, no entanto, nada acontece e o tempo corre a favor de Ahmedinejad e dos Ayahtolas. A comunidade internacional limita-se a fazer um ultimato para que parem, e outro, e outro, e outro. É tempo de fazer algo que doa. Um ultimato que, se não obedecido, traga consequências. Políticas, primeiro, depois económicas, e, finalmente -nunca as podemos excluir- militares. Para que isto não passe de um mero pesadelo.
Academia não gosta de Eddie Murphy.
Quem não gosta de samba pode ficar tranquilo.
São Pedro não gosta de festa do PT.
O supervisor não gosta de OPA hostis.
José Sócrates não gosta de fado.
A loira não gosta dele.
Jardim não gosta de todos e não faz segredo disso.
Iggy Pop não gosta da terceira idade.
Angelina Jolie não gosta de uma mulher do elenco e Brad tenta fingir que também não gosta para não criar problemas em casa.
Ela não gosta, mas também não implica.
O vegetarianismo é bom para quem não gosta de carne.
PJ suspeita que promoção de festival hip-hop possa ser operação de branqueamento.
Que o hip hop é coisa de negros já sabia. Mas agora que a PJ investigue quando há suspeitas de branqueamento também me parece um exagero.
Faz hoje 20 anos que morreu o maior dos artistas pop: Andy Warhol.
Longo, chato, previsível, cheio de clichés e politicamente correcto. Nem o facto de este filme ser feito por um bom realizador e com bons actores (Gárcia Bernal em grande) o safa. A verdade é que a meio eu já estava a pensar no melhor sítio para beber uma cerveja. Tivera este filme menos 120 minutos e teria sido excelente. Vá lá, 90.
(Para o meu aborrecimente ser total, só falta mesmo ganhar o Oscar para melhor filme).
O meu enamoramento dos Air não foi ao primeiro encontro. Aqueles Sexy boy (um excelente tema) e Kelly Watch the Stars (outro excelente tema) eram bem dispostos, divertidos, mas eu , confesso, não conseguia levar aquilo muito a sério.
Até que os vi a tocar na TV, no programa do Jools Holland da BBC. Sintetizadores, guitarra, vozes distorcidas à robot (e como aqueles robots soavam já a 80’s). Um som quase infantil surgia agora perante os meus olhos (os meus ouvidos haviam-no ignorado) como a coisa mais fresca e inovadora da pop (foi já em ’98 e parece que foi ontem). Incrível como os músicos (seriam músicos?) se divertiam. Incrível como daqueles sintetizadores saía aquele som. Um verdadeiro french air.
Depois de Moon safari vieram imitadores, muitos, com mais ou menos sucesso. Alguns ainda tiveram os seus cinco minutos de fama - lembram-se dos Morcheeba?
Já o ouvi e fiquei rendido. Pocket Symphony, o novo trabalho dos Air é já um álbum obrigatório de 2007. Afasta-se dos mais recentes trabalhos da banda (10000 Hz e Talkie Walkie) e regressa à electrónica em tom psicadélico de Moon Safari (1998). Logo a abrir o instrumental fantástico Space Maker - qualquer semelhança com La femme d'argent (que, recorde-se, abria o Moon Safari) não é pura coincidência. Depois temos ainda as participações (na voz) do aristocrata Jarvis Cocker e do Neil “Casanova” Hannon. Chega?
(infelizmente, a página do my space dos Air é fraquinha na possibilidade de ouvir musica – ou não fossem eles franceses. De qualquer modo, dá para ouvir um pouco no novo álbum, como som de fundo, no site oficial).
Vem aí mais um grande álbum pop. Be ware and be no fool.
Há cerca de um mês estava com um amiga espanhola. Era sexta-feira e eu carregava o Público e o DN. Ela, folheando atentamente todos os jornais, perante o suplemento 6ª do DN, diz-me: “gosto muito do design jornais portugueses, são muito bonitos e não se encontram jornais assim em Espanha”. Disse-lhe que concordava, que tínhamos alguns bons jornais, bem interessantes em termos de design, e falei-lhe do Henrique Cayatte. O problema dos jornais portugueses é mesmo não se venderem - o Público nos últimos tempos não chega sequer aos 50 mil exemplares, informo-a. “Não pode ser! Há jornais regionais em Espanha com tiragens bem superiores”, refere ela, incrédula. Pois, é diferente.
Dá-me uma ligeira dor no estômago ao folhear o novo Público. Todo colorido, letras garrafais, grandes fotos... Mesmo o novo logótipo é estranho. Isto é bem capaz de funcionar em Inglaterra, aqui não tenho tanta certeza. Pelo menos eu ainda estou confuso ao folheá-lo, não o identifico muito bem… Provavelmente, o meu Público terá acabado, mas, bem sei, era necessário fazer algo para que não acabasse o Público de toda a gente. E bem que precisamos dele. Provavelmente também isto é somente uma questão de hábito e daqui a umas semanas já o sinto normal. Espero que sim.
Coisa positiva: para já gosto do caderno P 2.
Ian Brown é um génio e não só a desenhar modelos adidas. No final de ’80, os Stone Roses fizeram, ao primeiro álbum (The Stone Roses, 1989), uma das melhores peças pop das últimas décadas. Nesse momento, Ian e a restante banda faziam a unanimidade. Afinal, Madchester (ainda) estava viva. Depois seguiu-se o desmembramento da banda, que ainda se tentou contrariar em Secound Coming (1994), mas já sem remédio. A partir daí Ian Brown seguiu uma carreira em nome próprio pouco reconhecida (pelo menos pelo público) mas não menos genial. Coisas como o single Be there (com os UNKLE), F.E.A.R. e Dolphins were monkeys são alguns exemplos do génio que devem ser descobertos por todos. Enquanto se espera pelo novo álbum, prometido para finais de 2007, vale a pena ouvir o best of The Greatest (2005) (pode ouvir-se algumas coisas aqui). Long live Ian Brown!
PS: oferece-se boa recompensa ao nosso homem roque-enrole da blogosfera se encontrar um exemplar destas adidas aos preços do costume.
Com o cafezinho ainda posso eu bem. Mas quando me falam em "arrozinho" e em "batatinhas" aí, meus amigos, aí perco toda a minha imensa boa vontade e só me vejo a espetar o garfozinho na goela da putinha da empregada. Não há pachorra.
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